O Brasil acostumou-se a cenas de selvageria. A agressão tornou-se praxe e os autores da truculência sempre arrumam um jeito para justificá-la. Hoje, os filhos de Luiz Vidal, vereador do Recife falecido no domingo, agridiram o jornalista Rafael Dias, 25 anos, repórter do Diário de Pernambuco. Rafael foi atingido por um soco no rosto e, sangrando muito pelo nariz, precisou ser socorrido.
Os agressores alegaram legítima defesa.
É que Rafael havia escrito matéria sobre a enfermidade que nocauteou o parlamentar. Autorizado pela diretoria de Redação, Dias fez um texto que falava sobre a misteriosa antecipação do enterro. A matéria relatava ainda que a causa mortis de Vidal é um enigma até para os médicos que o atenderam e levantava a hipótese de que o vereador tinha sido vítima do mal da vaca louca - patologia degenerativa e hereditária.
À reportagem do Diario de Pernambuco, o ex-chefe de gabinete de Vidal e atual assessor da família, Ramos Queiroz, comentou o episódio: "Da mesma forma que a família foi moralmente agredida dentro do contexto da matéria, podem ocorrer reações como esta". Segundo ele, os parentes de Vidal 'revidaram' porque se sentiram incomodados com o teor do texto publicado.
Bem... da próxima, caros jornalistas, já sabem: lembrem-se dos eufemismos. Por que usar mal da vaca louca se encontramos equivalência semântica em encefalopatia espongiforme transmissível?! Sim..., e por precaução, a partir de agora, nada de ladrão ou larápio, o termo certo é cleptomaníaco; nada de negro, quando temos afrodescendente para amenizar o tom escuro da pele.
Sim, tem mais: antes que eu me esqueça, evitem o termo corrupto! pisem em ovos! Optem pelo que está na moda, e que por sinal é infinitamente mais suave: chamem de político!
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