terça-feira, 28 de julho de 2009

Vanildo de Pombos e a semente de seus versos em literatura de cordel

Foto: álbum de 2004

Vanildo Vítor Cavalcante era para ser Ivanildo. Mas sabe como é...! No cartório a moça datilografou VANILDO. E ficou! O paranaense que migrou cedo para a Terra do Rei do Baião virou Vanildo de Pombos e herdou a sanfona do velho sanfoneiro. Tocou na Broadway, durante o Festival do Lincoln Center e orgulhou a pequena cidade do agreste de Pernambuco.

Infelizmente, há 1 ano (26 de julho), Vanildo foi brutalmente assassinado à porta de sua casa. Sua esposa - Cláudia, e sua filha - Mª Clara ainda choram. Todos que aprenderam a admirar o mais genuíno ritmo nordestino também lamentaram e aguardam até hoje providência.

Tive a honra de conhecer Vanildo em 2002, num evento para alunos de pós-graduação, quando eu trabalhava nas Faculdades Integradas da Vitória de Santo Antão (Faintvisa). Sua poesia seduziu a minha curiosidade pelo forró pé-de-serra, ao qual ele esteve tão vinculado.

Passados esses anos, depois daquele encontro casual, reencontrei Vanildo nas palavras cheias de saudade de sua querida esposa - da qual agora sou professor. Em trabalho recente de produção textual - gênero: literatura de cordel, Cláudia Silva fala, na surpresa de seus versos, daquele que ela própria intitula de passarinho cantador.

Brevemente postarei aqui maiores informações e, quem sabe, uma "palha" e um "punhado" de boa poesia nascida por acaso. Aguardem!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Lula na Lua

Foto: Nasa

Não há dúvida de que Lula é de lua. Vive no mundo da lua. Lula nunca sabe de nada. A interlocutores mais próximos o viajado presidente falou de suas pretensões. Confidenciou a alguns que o seu maior desafio, após a descoberta de petróleo na camada pré-sal, será descobrir petróleo na Lua. Para isso, já encomendou a empreiteiros ligados a Renan e a Sarney projetos para alcançar o feito.

Em tempos de aniversário do homem na Lua, soa mesmo como uma "viagem" essa ideia porreta do pernambucano Luiz Inácio. Já não bastasse tanta polêmica e controvérsia com o que alguns chamam de fraude do século, no caso da visitinha surpresa em 20 de julho de 1969, de Neil Armstrong em "solo" lunático, Lulinha também quer fazer graça. E eu não duvido nada! Lulinha é doido!

sábado, 18 de julho de 2009

A luta legítima do Sintepe e a greve dos aproveitadores sem ética e sem educação

Charge: Sintepe

Simplesmente patética essa postura de alguns mercenários da educação. Não me dirijo aqui aos colegas professores vinculados ao Sintepe que, legitimamente, reivindicam melhores condições de trabalho. O meu repúdio vai para aqueles que sem a menor cerimônia e com o "rabinho entre as pernas" afrouxaram o discurso e bambearam cinicamente.

Foi no mínimo ridícula a cena de "professores" - sem o menor compromisso e respeito, diga-se de passagem, com o ensino - que se aproveitaram de um pleito do qual não corroboraram e se apoiaram em uma luta da qual não participaram, apenas e exclusivamente para ficar com o "monossílabo tônico" para cima, e em seguida, em data estratégica, de olho no "bônus" (o chamado 14º) voltar às salas de aula.

São essas posturas que enojam, e a nossa classe perde em credibilidade. A categoria que esteve de fato no front de batalha observa o desconto integral dos 16 dias letivos dos 25 dias de greve, enquanto educadores sem educação, ética, tampouco personalidade se divertem e se aproveitam do corporativismo de gestores que sonegaram suas ausências em sala de aula junto à GRE.

É nessas horas que eu tenho uma profunda e inexplicável admiração por Hitler.

Literatura e o Enem

Foto: Marcelo De Marco

Alguns dos meus alunos de Literatura tem indagado sobre o que os espera na prova do Enem. Trata-se mesmo de uma questão fundamental para o planejamento e para o modo mais adequado de como iremos e deveremos proceder nossos estudos.

Todavia, dominar linguagens e saber expressar-se de forma clara, demonstrando intimidade com a Língua, assim como fazer bom uso das linguagens matemática, artística e científica, é a receita certa para o sucesso.

Se argumenta como ninguém quando quer convencer seu pai a dar aquele objeto tão cobiçado é porque você é capaz de relacionar e representar conhecimentos para disponibilizá-los em situações concretas. O Exame Nacional do Ensino Médio é assim. Argumentação consistente é primordial.

As habilidades a serem exigidas no Novo Enem, divulgadas pelo MEC, não se tratam de uma mera listagem de conteúdos, mas de uma série de capacidades que, de modo geral, se espera do aluno. Em termos objetivos, não há, como nos vestibulares tradicionais, um rol de leituras obrigatórias ou mesmo uma indicação de que autores ou escolas literárias estudar.

Confira o que consta a respeito da Literatura no documento elaborado pelo MEC:

Competência de área 5 - Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.

H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H16 - Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construção do texto literário.
H17 - Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.

Essas habilidades estão inseridas na "Matriz de Referência de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias". Portanto, ainda há conexões entre o texto literário e conceitos de gêneros discursivos, recursos de estilo, figuras de linguagem e intertextualidade. Nesse sentido, também deve haver o diálogo entre a literatura e outras manifestações artísticas, como as artes plásticas (o que já vem ocorrendo no Enem há alguns anos).

A melhor maneira de reconhecer um plano de estudos para essa nova prova é buscar, porém, o histórico do Enem desde 98. O MEC alega que a prova exigirá conhecimentos mais específicos, entretanto divulga uma matriz de habilidades. Conclusão: a prova vai continuar, a meu ver, com o espírito do velho Enem.

Desde 1998, quando da sua primeira aplicação, o exame se caracterizou pelo foco maior na interpretação e no raciocínio lógico, em detrimento de conceitos e fórmulas. Mas é importante assinalar que isso vem mudando, principalmente com a entrada do Cespe/Unb na elaboração das provas (desde 2006). Os últimos exames vem sendo um pouco mais pontuais em suas exigências.

Veja exemplos de questões do Enem comentadas:

Enem - 1998

Amor é fogo que arde sem se ver

(Luís de Camões)

Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

1- O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição de palavras ou idéias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente.
a) “Amor é fogo que arde sem se ver.”
b) “É um contentamento descontente.”
c) “É servir a quem se vence, o vencedor.”
d) “Mas como causar pode seu favor.”
e) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

O poema exigido é um dos mais conhecidos textos literários em Língua Portuguesa, e provavelmente já tenha sido estudado pelo aluno. Observe ainda o enunciado: ele já fornece o conceito que será exigido, a figura de linguagem denominada "antítese". Cabe apenas ao examinado identificar esse recurso em uma das alternativas. Constatando-se a oposição entre "contentamento" e "descontente", temos como resposta a alternativa b . Veja que, nesse caso, para simplificar as coisas, a prova tratou antítese (oposição) e paradoxo (contradição) como sinônimos, evitando a confusão entre conceitos semelhantes.

Veja uma questão semelhante feita seis anos depois

Enem - 2004

Cidade grande

(Carlos Drummond de Andrade)

Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.

Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a:

a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopéia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Desta vez, cada alternativa fornece um conceito, cabendo ao aluno identificar qual conceito se aplica ao poema. O problema é que o leitor mais atento irá perceber duas figuras de linguagem ali colocadas: a ironia e a prosopopéia.

A ironia é, por si só, uma figura que exige um olhar mais aguçado do leitor. Ela só é perceptível analisando-se o contexto como um todo. As expressões "que beleza", "como cresceu", são normalmente interpretadas de forma positiva. Ocorre que, com o penúltimo verso do poema (que já tem cinco favelas), essa perspectiva se inverte, demonstrando que os "elogios" ao progresso, na verdade, constituem o oposto: uma crítica. Por outro lado, a prosopopéia ou personificação fica evidente: a cidade "cresceu", ficou "notória" e tornou-se "prima-rica" de outra.

O maior desafio da questão está em perceber no enunciado: "Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a:", ou seja, qual a figura mais importante para a produção do efeito do poema? Ora, vimos que o texto promove uma crítica ao crescimento desordenado das cidades e ao paradoxo entre o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento humano. Assim, a figura essencial do texto é a que constrói a crítica: a ironia. Portanto, a resposta é a alternativa c.

O Enem - 2006 já traz uma questão mais tradicional, como as de vestibular, exigindo o conhecimento prévio de autor/obra/período literário.

Erro de português

(Oswald de Andrade)

Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de Sol
O índio tinha despido
O português.

O primitivismo observável no poema acima, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante:
a) o regionalismo do Nordeste.
b) o concretismo paulista.
c) a poesia Pau-Brasil.
d) o simbolismo pre-modernista.
e) o tropicalismo baiano.

O conhecimento a respeito da obra do modernista Oswald de Andrade encaminha a aluno à alternativa c.

Finalmente, analisemos aqui uma questão do último Enem:

Enem - 2008

Texto 1 - O canto do guerreiro

(Gonçalves Dias)

Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?


Texto 2 - Macunaíma

(Mário de Andrade)

(Epílogo)

Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera
tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um
em um. Não havia mais
ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros
arrastadouros meios-barrancos,
aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio
imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra
não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem
podia saber do Herói?

A leitura comparativa dos dois textos acima indica que

a) ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heróica, como símbolo máximo do nacionalismo romântico.
b) a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil.
c) as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (1º texto) e “Quem podia saber do Herói?” (2º texto) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira.
d) o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil.
e) os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo texto.

Nessa questão, uma das de melhor nível - a meu ver - apresentadas no processo ao longo desses dez anos, o aluno deve relacionar os textos aos períodos em que foram produzidos.

O texto 1 é um poema do Romantismo brasileiro, da geração indianista, em que o índio é concebido, de forma idealizada, como figura heróica, símbolo nacional, portador das virtudes da força, da bravura, da honra, extensivas a todos os brasileiros.

Já o texto 2, fragmento de "Macunaíma", insere-se na fase heróica do Modernismo, que se caracteriza pela reconstrução crítica da identidade nacional brasileira, via de regra, utilizando-se da ironia para desconstruir o idealismo herdado dos românticos.

Assim, podemos opor o Romantismo Idealista ("quem há como eu sou" - não há herói como o índio) ao Modernismo irônico ("Quem podia saber do herói?" - ausência da figura heróica). Resposta, portanto, letra c.

A conclusão disso tudo, é que o candidato deve ter um conhecimento literário no mínimo razoável - quando não amplo, desde a teoria básica (texto literário, conotação, figuras de linguagem, gêneros literários), passando pelas Escolas literárias (desde as primeiras manifestações, como a Carta de Pero Vaz de Caminha até o Pós-Modernismo), incluindo os principais autores e obras de nossa literatura (Machado, Lima Barreto, Oswald, Bandeira, Drummond, Graciliano, Guimarães Rosa, João Cabral, Clarice etc.).

Mas não se assuste! Não é preciso ser um profundo conhecedor dos detalhes de cada obra, no entanto, ter um conhecimento geral daquilo que é essencial dentro da disciplina o colocará - sem dúvida - entre aqueles que terão maiores chances de assegurar uma vaga na universidade. Portanto, estude!

domingo, 12 de julho de 2009

50 anos de emoções


Roberto Carlos Braga nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, em 19 de abril de 1941. É o artista latino-americano que teve mais discos vendidos e o cantor brasileiro que mais vendeu em todo o mundo. Em 50 anos de carreira atingiu a marca de mais de 120 milhões de álbuns vendidos.

Os temas que mais aparecem em suas composições (em parceria com Erasmo Carlos) são o amor e a . Na ocasião em que completa 50 anos de carreira, escolho aqui a sua melhor imagem - um disco de 1979, porque é ela que representa, pelo menos na minha opinião, o melhor momento do Rei da Jovem Guarda.

Viva Roberto!

sábado, 11 de julho de 2009

Morre Andréia, um dos affairs de Ronaldo

André, ou melhor - Andréia Albertini posando para ensaio

André Luiz Ribeiro Albertini, o travesti Andréia Albertini que morreu na quinta-feira (9) em Mauá, faleceu devido a complicações da síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).

Segundo o correspondente do MARCELODEMARCO.COM que esteve no hospital, onde André foi atendido, o paciente era HIV positivo e morreu por decorrência da famigerada SIDA.

O Cemitério Santa Lídia, no município da Grande São Paulo, informou que o corpo foi velado desde às 19 horas e o enterro estava previsto para às 10 horas de ontem (sexta-feira).

Bebé ficou conhecido após protagonizar uma confusão com o jogador Ronaldo, atualmente no Corinthians, em abril de 2008, no Rio.

Tentamos entrar em contato com assessoria de imprensa do Fenômeno, mas ele estava - segundo amigos mais próximos - muito abalado e preferiu não conceder entrevista.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O que Barack tanto olha?

Foto: Reuters

Presidentes Barack Obama (Obama..., menino leso! Será que ele se cria?!) e Nicolas Sarkozy aguardam para tirar fotografia oficial da reunião do G8, em L'Áquila, na Itália. Enquanto isso, o preto ianque não perde tempo e com olhares de turista observa atentamente um belo monumento. Lula - em segundo plano - finge não perceber a aproximação da incauta. Todos ali da cúpula dos 8 países mais ricos do mundo somados aos inxiridos emergentes - como o Brasil - palitam os dentes encarapitados de caviar. "Sarkoza" se "gréia", e eu aqui... roendo cangaço feito tapuru.

sábado, 4 de julho de 2009

Faculdade Miguel Arraes

Foto: Divulgação

É louvável essa ação da família Querálvares em Vitória. Miguel Arraes de Alencar foi um homem público importante para Pernambuco, para o Brasil. Merece de todos nós toda a reverência e homenagem. Dar o seu nome a uma faculdade é uma demonstração de carinho, de afeto, de respeito. Aglaílson retribui bem e à altura o que Arraes sempre fez por ele.

Mas, sem fulanizar aqui, uma pergunta cabe: por que é que político tem a pachorra para expandir-se como magnata da comunicação nesse país? Quando não exorbita colecionando concessões (em critérios discutíveis) de rádios, atropela e prostitui o ideário da boa política, construindo caminhos que sempre o coloca como timoneiro do bem mais precioso: a informação.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Isto é Real

Cédula de R$ 1. Conforme dados do BC, há apenas 169,2 milhões dessas
notas circulando. Para se ter uma ideia, o número de notas de R$ 100 é de 224,8

Após sucessivas trocas monetárias (réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzado, cruzado novo, novamente cruzeiro e cruzeiro real), o Brasil adotou o real em 1994, que, aliado à drástica queda das taxas de inflação, constituiu uma moeda estável para o país. Foi implantado no mandato do presidente Itamar Franco, sob o comando do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, depois eleito presidente da República.

Hoje, o Real é a moeda corrente no Brasil e comemora 15 aninhos. Parabéns!