quarta-feira, 30 de junho de 2010

Meu aniversário, a Convenção do partido de Eduardo e o tirador mequetrefe de retrato

Foto: Divulgação

Em pleno aniversário - meu, acabo de chegar da convenção do Partido Socialista Brasileiro (PSB), no Clube Português. O encontro serviu para referendar a re-eleição do governador Eduardo Campos ao Palácio das Princesas. Havia lá gente dos mais diversos matizes políticos: de Cadoca (PSC) a Inocêncio (PR), de João Paulo (PT) a Osvaldo Coelho (ex-Democratas).

Aglaílson pai (de ray-ban) e Aglaílson filho, é claro, também marcaram presença.

Só para se ter ideia, conforme noticiou o chefe de cerimônia, compareceram à festa de lançamento da chapa, aproximadamente, 18 mil pessoas, que assistiram aos discursos de Eduardo e João Lyra, assim como à apresentação dos nomes que concorrerão ao Senado: Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT).

Discurso afinado:

Em sua fala, Eduardo afirmou - categórico - que não importava as diferenças ideológicas daqueles que compunham o seu palanque. Para ele, relevante mesmo é que todos tenham um mesmo objetivo:  contribuir na consolidação de políticas públicas que melhorem a vida das pessoas, dando continuidade ao trabalho do presidente Lula e de sua, à época, ministra Dilma Rousseff.

Convencido disto, então, Paulo Roberto, secretário de Turismo e Esportes do município de Vitória - PE (governado por um partido oposicionista, o Democratas - que apoia a 'luta' do ex-governador Jarbas - que promovia o lançamento de sua candidatura no Atlético Clube), das galerias do Clube Português, foi um dos primeiros a dar o ar da graça, oferecendo - inclusive - apoio à candidatura socialista.

Assistindo a tudo isso... eu - reportezinho de meio-de-feiradebutante na política, tirador de onda como diabo - vesti logo a camisa ercarnada do neto do velho Arraes. No entanto, só para contrariar, um lambe-lambe aí... da Terra das Tabocas começou a fazer pirraça e queria por fim e à força tirar o meu retrato, só para mostrar à 'cúpula' do Partido Verde de Vitória que cometi crime de infidelidade.

Ahh infeliz!

E num português alá Seu Creysson, ainda ficou zombando, o danado: - você 'ingual', você é 'ingual'... (querendo dizer que depois que apareci com a camiseta de Dudu Malvadeza, não poderia mais imprimir em meus textos lição alguma de imparcialidade).

Mas sabe como é... conversa vai, conversa vem; um cafuné ali... um chamego acolá; não é que acabei subornando o batedor de retrato de uma figa?! Botei um negócio na mão dele. Daí... há um tempo, mais relaxado e com um sorriso de morder as orelhas, o retratista saiu calmo e quieto, mas não sem antes de ter o desplante de pedir o número do meu telefone.

:)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Articulistas do Sistema Globo de Comunicação lamentam derrocada tucana

Ouça o que disseram os jornalistas 'tucanos'

Os jornalistas Merval Pereira e Carlos Alberto Sardenberg lamentam a postura, para eles, equivocada do presidente nacional do PSDB, Senador Sérgio Guerra - ao tornar pública a sua preocupação em torno da escolha do VICE.

O ninho tucano está mais perdido que cego em tiroteio. Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB - partido que formalizou apoio à candidatura de Serra - provocou mais um tissunami:

  • Em seu twitter, Bob Jefferson informou em primeira mão que o senador paranaense Álvaro Dias teria sido o escolhido para ser o vice de SERRA. Depois, ainda chamou o DEM de partido de merda;

  • Menino mimado à frente da presidência do antigo PFL, o deputado Rodrigo Maia fez beicinho ao considerar inoportuna a intromissão do delatou do MENSALÃO e concluiu que já são favas contadas a corrida à presidência. Entretanto, paradoxalmente, não deseja abrir mão de ter o vice na chapa;

  • O pernambucano Roberto Freire - presidente do PPS - repudiou a atitude egoísta dos 'demo';
Enquanto isso, Aécio Neves - que pulou do barco - e Dilma Rousseff - a boneca inflável de Lula - se grelham.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Nesta quinta, Lula e Eduardo sobrevoaram as áreas atingidas pelas enchentes no estado

Foto: Ricardo Stuckert

Conforme foi veiculado na grande imprensa, leai-se: G1, JC, DP e Portal Terra, as fortes chuvas que atingiram Pernambuco desde o dia 16 superaram o volume esperado para todo o mês de junho na região. Em Recife, choveu 456,7 mm até a manhã desta quarta-feira (23), enquanto eram esperados 388,9 mm em todo o mês.

Foi constatado que as fortes precipitações pluviométricas nas cabeceiras dos rios Paraíba (AL), Camaragibe (AL), Una (PE), Sirinhaém (PE) e Mundaú (AL e PE) levaram ao transbordamento e provocaram grande destruição em inúmeras cidades e povoados localizados às margens desses rios, inclusive nos bairros de Jardim Ipiranga, Amparo e Mário Bezerra - em Vitória de Santo Antão.

As chuvas também deixaram mais de 17 mil desabrigados (pessoas que perderam suas casas) e desalojaram (forçaram a deixar suas casas) mais de 24 mil pessoas no Estado, que teve 54 municípios afetados, sendo que 30 deles estão em situação de emergência e outros nove em estado de calamidade pública.

Segundo anunciou o governo de Pernambuco, mais de 266 toneladas de donativos foram distribuídas nas cidades atingidas, entre elas, 191 toneladas de alimentos e outras 60 de água. Também foram distribuídos colchões, cobertores, roupas e remédios. Alguns desabrigados estão sem água, energia elétrica e serviços médicos, por dificuldades de acessos.

A despeito dessa catástrofe, tudo irá se resolver. O governo federal subsidiará ações que solucionem os problemas. "Temos obrigação política, humana e moral de ajudar a reconstruir o que foi destruído". Palavra de Lula a Eduardo.


Entenda melhor a diferença entre situação de emergência e estado de calamidade pública:

Situação de Emergência

Quem decreta - Órgãos de monitoramento meteorológico e da defesa civil;
Em que casos - Desastres de grande porte;
Duração - Indeterminada;
Temporais de arrasar costumam caracterizar a adoção do estado de emergência. Outros desastres que podem levar a essa medida são incêndios em áreas extensas e o rompimento de barragens, por exemplo. Decretado o estado de emergência, o município ou estado atingido pode pedir recursos ao governo federal para reparar os estragos.

Estado de Calamidade Pública

Quem decreta - Prefeituras, estados e o governo federal;
Em que casos - Desastres grandes e com muitas vítimas;
Duração - No máximo 180 dias;
Ocorre quando há chuvas e alagamentos fora de controle, associados a desastres como deslizamentos de terra, e muitas mortes. Um exemplo foi o furacão Catarina, que, em 2004, colocou várias cidades no sul do Brasil em estado de calamidade pública. Os governos podem fazer compras sem licitação.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Não vejo a hora de pegar a ARGENTINA

A modelo Romina Cisneros posa 'de bicleta'
para a versão argentina da Playboy deste mês

Sonhei que, passada esta fase, romperemos oitavas e quartas. Porque são preliminares. Mais à frente: na Argentina, vamos dar uma enfiada. Para tanto, será preciso boa estratégia... entrar duro, atacando pelo meio e pelos flancos, depois... penetrando sutilmente à defesa, a fim de entrar no gol com bola e tudo... no fim: correr para o abraço.

Entenda melhor os motivos que levaram Dunga a chamar jornalista da Globo de "cagão"

Dunga: o retrato do despreparo de nosso país

Toinho é desses fazedores de história debochados. Gosto disso. Ele é de Passira, cidadezinha - do agreste de Pernambuco - de 30 mil habitantes. Ontem, quando infezado fez esse texto, queria eu ser ele. Mas não pude, nem posso. Resolvi, então, copiá-lo. E, não nego, que de tudo o que disse Toinho... assino em baixo. Segue, então:

Íntegra do texto de Toinho de Passira

[Quando o jogador francês Anelka xingou o técnico Raymond Domenech, a manchete do jornal L’Equipe da França foi literalmente o xingamento:"Vá tomar no cu seu filho da puta!" Quando Dunga xinga o jornalista da Globo a televisão diz que são palavrões impublicáveis e põe aqueles apitos na hora da fala, quem não está informado pensa que o brasileiro xingou a mãe de Roberto Marinho.

Não gostamos de Dunga, desde os tempos em que ele era jogador. Não nos agrada como técnico, nem como pessoa. Dunga é do tipo que está sempre limpando o nariz no semáforo, quando estacionamos do seu lado; sempre palita os dentes na mesa da churrascaria e sopra os resíduos entre os dentes; faz pum em elevador, não dá descarga no vazo sanitário e fica se insinuando para as aeromoças.

Pessoas como Dunga vieram ao planeta terra, na cota dos medíocres e só outros medíocres do mesmo grupo são capazes de alçá-lo a um cargo de mando ou destaque. Se não tivesse sido jogador Dunga gostaria de ter sido leão de chácara de bordel.

Estamos xingando o nosso técnico para dizer que é muita frescura da Rede Globo fazer um editorial para solidarizar-se com o jornalista Alex Escobar das “grosserias” verbais de Dunga. Apostamos que o chefe de reportagem deve tratar o cagão do Alex Escobar com palavras bem menos domésticas que essas sussurradas pelo treinador brasileiro.

Ninguém viu, por que as câmeras estavam voltadas para Dunga, o também prepotente Alex Escobar, desaprovando com a cabeça cada frase do treinador fazendo cara de sábio diante do burro. Quando na verdade era um burro diante de outro.

O jornalista Tadeu Schmidt, falando sobre o incidente, disse que Dunga teve um comportamento incompatível com a posição que ocupa no comando da seleção.

Técnico da Seleção Brasileira não precisa nem ser educado. Felipão não era, nem é. Zagalo vivia as turras dizendo que o pessoal ia ter que engoli-lo. Lembram?

Engraçado que nunca ouvimos nenhum jornalista da Globo dizer que o presidente Lula tivera um comportamento incompatível com a posição que ocupa, quando tantas vezes o chefe da nação pisou na maionese dos bons modos, da ética, da honestidade, dos bons princípios.

Verdade que Dunga está enlouquecendo os jornalista que estão cobrindo a Seleção brasileira, pela muralha que construiu entre a delegação e a imprensa.

– Querido arbitro, acho é um equivoco expulsar Kaká, esse menino é uma pérola, não faça isso, ele tem que jogar, que o patrocinador dele é o fabricante da jabulani! – diria o Dunga o que a Globo quer

Dunga não tem educação, não é nem um pouco inteligente, não agüenta criticas, é prepotente e merece, mais que o jornalista, os xingamentos que proferiu.

Mas se Dunga fosse fino, educado e brilhante estava sendo secretario geral da ONU e não técnico da Seleção Brasileira. Há uma notória incompatibilidade de gênio entre o técnico e a imprensa brasileira. Dunga chega à coletiva como quem entra num ringue e a qualquer pergunta responde sempre como se estivesse se defendendo de um ataque.

Dunga está sob pressão como sempre estiveram em copas do mundo todos os técnicos da seleção brasileira.

Para a torcida e imprensa o Brasil deve sempre ganhar todas as partidas de 10 X 0, ter o melhor ataque e a melhor defesa, de preferência sem levar nenhum um gol.

Para acalmar o clima de guerra estamos sugerindo algumas perguntas que poderiam ser feitas, pelos jornalistas, de preferência da Globo, ao nosso técnico:

- Dunga, por que depois de tanto treino secreto a gente não vê uma jogada ensaiada no ataque do Brasil?
- Você não está arrependido de não ter trazido Ronaldinho Gaúcho?
- Você não vai agradecer ao juiz Frances ter expulsado Kaká, pois assim o Brasil vai se livrar de um peso morto em campo?
- Por que você xingou o juiz quando expulsou Kaká e não reclamou quando ele validou o gol de mão de Luis Fabiano?
- Qual da obras de José Saramago você mais gostou?
- Por que você não beija os jogadores brasileiros como faz Maradona com o selecionado argentino?
- Você se acha inteligente? E elegante?
- O que você faria se um jogador brasileiro imitando o Anelka mandasse você tomar no c...?

Parodiando Millor Fernandes: Triste de um país que depende tanto da sabedoria de um burro].

José Saramago: "O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer".


José de Sousa Saramago foi o único escritor de língua portuguesa a ser laureado com o Prêmio Nobel de literatura. Ateu, comunista e polêmico. Delicado, denso e amoroso. Um narrador tradicional que inovava no texto, na forma e sobretudo no tema, despediu-se as 87 anos, na última sexta-feira, na localidade de Tías, em Lanzarote, Ilhas Canárias na Espanha. Saramago - um dos maiores nomes da literatura contemporânea - ganhou também prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa.

Pensava então que a minha avó, embora fosse também uma mulher muito sábia, não alcançava as alturas do meu avô, esse que, deitado debaixo da figueira, tendo ao lado o neto José, era capaz de pôr o universo em movimento apenas com duas palavras.

Discurso de José Saramago ao receber o Nobel de literatura

O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever. Às quatro da madrugada, quando a promessa de um novo dia ainda vinha em terras de França, levantava-se da enxerga e saía para o campo, levando ao pasto a meia dúzia de porcas de cuja fertilidade se alimentavam ele e a mulher.

Viviam desta escassez os meus avós maternos, da pequena criação de porcos que, depois do desmame, eram vendidos aos vizinhos da aldeia. Azinhaga de seu nome, na província do Ribatejo. Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses avós, e eram analfabetos um e outro. No Inverno, quando o frio da noite apertava ao ponto de a água dos cântaros gelar dentro da casa, iam buscar às pocilgas os bácoros mais débeis e levavam-nos para a sua cama.


Debaixo das mantas grosseiras, o calor dos humanos livrava os animaizinhos do enregelamento e salvava-os de uma morte certa. Ainda que fossem gente de bom carácter, não era por primores de alma compassiva que os dois velhos assim procediam: o que os preocupava, sem sentimentalismos nem retóricas, era proteger o seu ganha-pão, com a naturalidade de quem, para manter a vida, não aprendeu a pensar mais do que o indispensável.


Ajudei muitas vezes este meu avô Jerónimo nas suas andanças de pastor, cavei muitas vezes a terra do quintal anexo à casa e cortei lenha para o lume, muitas vezes, dando voltas e voltas à grande roda de ferro que accionava a bomba, fiz subir a água do poço comunitário e a transportei ao ombro, muitas vezes, às escondidas dos guardas das searas, fui com a minha avó, também pela madrugada, munidos de ancinho, panal e corda, a recolher nos restolhos a palha solta que depois haveria de servir para a cama do gado. E algumas vezes, em noites quentes de Verão, depois da ceia, meu avô me disse: "José, hoje vamos dormir os dois debaixo da figueira".


Havia outras duas figueiras, mas aquela, certamente por ser a maior, por ser a mais antiga, por ser a de sempre, era, para toda as pessoas da casa, a figueira. Mais ou menos por antonomásia, palavra erudita que só muitos anos depois viria a conhecer e a saber o que significava...


No meio da paz nocturna, entre os ramos altos da árvore, uma estrela aparecia-me, e depois, lentamente, escondia-se por trás de uma folha, e, olhando eu noutra direcção, tal como um rio correndo em silêncio pelo céu côncavo, surgia a claridade opalescente da Via Láctea, o Caminho de Santiago, como ainda lhe chamávamos na aldeia. Enquanto o sono não chegava, a noite povoava-se com as histórias e os casos que o meu avô ia contando: lendas, aparições, assombros, episódios singulares, mortes antigas, zaragatas de pau e pedra, palavras de antepassados, um incansável rumor de memórias que me mantinha desperto, ao mesmo tempo que suavemente me acalentava.


Nunca pude saber se ele se calava quando se apercebia de que eu tinha adormecido, ou se continuava a falar para não deixar em meio a resposta à pergunta que invariavelmente lhe fazia nas pausas mais demoradas que ele calculadamente metia no relato: "E depois?".


Talvez repetisse as histórias para si próprio, quer fosse para não as esquecer, quer fosse para as enriquecer com peripécias novas. Naquela idade minha e naquele tempo de nós todos, nem será preciso dizer que eu imaginava que o meu avô Jerónimo era senhor de toda a ciência do mundo. Quando, à primeira luz da manhã, o canto dos pássaros me despertava, ele já não estava ali, tinha saído para o campo com os seus animais, deixando-me a dormir.


Então levantava-me, dobrava a manta e, descalço (na aldeia andei sempre descalço até aos 14 anos), ainda com palhas agarradas ao cabelo, passava da parte cultivada do quintal para a outra onde se encontravam as pocilgas, ao lado da casa. Minha avó, já a pé antes do meu avô, punha-me na frente uma grande tigela de café com pedaços de pão e perguntava-me se tinha dormido bem. Se eu lhe contava algum mau sonho nascido das histórias do avô, ela sempre me tranquilizava: "Não faças caso, em sonhos não há firmeza".


Pensava então que a minha avó, embora fosse também uma mulher muito sábia, não alcançava as alturas do meu avô, esse que, deitado debaixo da figueira, tendo ao lado o neto José, era capaz de pôr o universo em movimento apenas com duas palavras. Foi só muitos anos depois, quando o meu avô já se tinha ido deste mundo e eu era um homem feito, que vim a compreender que a avó, afinal, também acreditava em sonhos. Outra coisa não poderia significar que, estando ela sentada, uma noite, à porta da sua pobre casa, onde então vivia sozinha, a olhar as estrelas maiores e menores por cima da sua cabeça, tivesse dito estas palavras: "O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer".


Não disse medo de morrer, disse pena de morrer, como se a vida de pesado e contínuo trabalho que tinha sido a sua estivesse, naquele momento quase final, a receber a graça de uma suprema e derradeira despedida, a consolação da beleza revelada. Estava sentada à porta de uma casa como não creio que tenha havido alguma outra no mundo porque nela viveu gente capaz de dormir com porcos como se fossem os seus próprias filhos, gente que tinha pena de ir-se da vida só porque o mundo era bonito, gente, e este foi o meu avô Jerónimo, pastor e contador de histórias, que, ao pressentir que a morte o vinha buscar, foi despedir-se das árvores do seu quintal, uma por uma, abraçando-se a elas e chorando porque sabia que não as tornaria a ver.

Calamidade e Caos


17 e 18 de junho foram dias difíceis. Colegas foram obrigados a sair de suas casas, temendo a forte correnteza da água que - particularmente aqui em Vitória de Santo Antão - destruiu muita coisa. Mas, aos poucos, a situação se encaminha a uma normalidade que, de fato, ainda custa voltar. Enquanto isso, sentimos - desolados - que o caos agora mora nos municípios vizinhos de Barreiros e Palmares, assim como em cidades pobres das Alagoas.

Este vídeo retrata bem a situação de penúria. A trilha sonora talvez não seja a mais original. O repertório poderia ser igualmente nordestino. Entretanto, lamentavelmente, as árvores que caem, a água suja que contamina, o lamaçal nas calçadas, moradias que ainda hoje ruem... são uma verdade que, por ser verdade, por si só não se basta. E nesse instante, a população atingida pelas últimas chuvas espera ajuda.

E se as imagens o sensibilizaram, saiba que o Corpo de Bombeiros oferece duas contas para doações em dinheiro: Banco do Brasil, conta corrente 5241-8, agência 3557-2, e na Caixa Econômica Federal, agência 2735, operação 006, conta 955-6. As doações de água potável e alimentos não-perecíveis podem ser feitas nos quartéis do Corpo de Bombeiros.

Há, também, outros postos que recebem doações as vítimas das chuvas em Pernambuco:

Recife:
- Instituto de Assistência Social e Cidadania do Recife (Iasc), localizado na Rua Imperial, 202, no bairro de São José.
- Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS-PE) na Rua Amaro Bezerra nº 489 - Derby - Recife.
- Posto de arrecadação instalado pela Polícia Militar na Quadra Poliesportiva do Quartel do Comando Geral, no Derby.
- Instituto Federal de Pernambuco - Av. Prof Luiz Freire, 500 Cidade Universitária.
- Sede da Guarda Municipal, na rua dos Palmares, 550, em Santo Amaro.
- CTTU, na rua Frei Cassimiro, 91, em Santo Amaro.
- Posto de Permanência da Guarda Municipal, no Terminal Marítimo.

Interior:
- Gravatá - Secretaria de Ação Social, na Rua Francisco Bezerra de Carvalho, no centro.
- Barreiros - Posto da Polícia Rodoviária Federal na entrada da cidade. Doações em dinheiro podem ser depositadas no Banco do Brasil / Agência 0710-2 / Conta corrente 6070-4
- Caruaru - Sindicato dos Lojistas do Comércio de Caruaru (Sindloja), na Rua Leão Dourado, nº 51-A, no Bairro São Francisco.
- Barra de Guabiraba: A prefeitura manda buscar os donativos. Colchões, lençóis e alimentos são as maiores necessidades. Basta ligar para 8848.1144 / 9144.6052 / 9144.6053 / 3758.1145 e agendar a coleta.
- Palmares - A Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados (ACS-PE) instalou um posto de arrecadação de doações na sede da entidade, na Rua Amaro Bezerra nº 489 - Derby - Recife. Contato: (81) 3423.0604 ou 3423.9907

domingo, 13 de junho de 2010

Poeminha, por ocasião do Dia dos Namorados


Um, dois, três... 

Quem acha que amor é palavra
papel passado
fio de bigode
castelo de prata
ouro e vintém...

Quem acha que amor é saliva
pelos e poros
química sem rusgas
pernas e braços
e só sorrisos

Não acha

E, nem aí
lá no improviso - dos dias a dois - o amor brinca de esconde-esconde.

terça-feira, 8 de junho de 2010

É foda!


Este é Mão Branca, deputado federal pelo Partido Verde da Bahia.

A curiosa alcunha (Mão Branca) deve-se ao vitiligo: a doença de Michael Jackson também acometeu o congressista aboiador.

Apoiando-se nisso, Edigar Mão Branca achando-se as pregas de Odete... uma celebridade, deu logo um jeito de chamar a atenção para si.

Constitucionalista de mão cheia, criou projeto de lei que institui o Dia Nacional do Sexo. Premeditamente, parece querer dar uma mãozinha aos proprietários de sex-shops e motéis.

Seria ele um empresário do ramo?

Mas Mão Branca arrumou logo de dar uma desculpa: diz o bom baiano que o DIA ajudaria a derrubar tabus e a falar das formas seguras e prazerosas de praticar o ato sexual. 

O pior não é nada: depois que o ministro da saúde recomendou muito sexo para combater a pressão alta, a  proposta ganhou força entre os parlamentares mais afoitos, mais danadinhos, especialmente entre os sexagenários.

Mão Branca, em seu projeto de lei, propõe o 14 de janeiro para celebrar o SEXO e afogar o ganso. E justificou sua escolha: disse ele que foi o dia em que ele próprio, depois de um ato  sexual (e "insano", acrescento eu) de seus pais, veio ao mundo.

Enquanto isso, nós - pobres coitados eleitores brasileiros - dizemos uníssonos, putos e completamente gozados: É FODA!


segunda-feira, 7 de junho de 2010

A natureza grita, se debate, pede socorro


O jornal The New York Times, ao publicar as impressionantes fotos, de Charlie Riedel, da Associated Press, mostra a agonia de pelicanos na praia de East Grand Terre, ilha ao longo da costa da Louisiana. Estas são as verdadeiras faces das vítimas do vazamento de petróleo no Golfo do México.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Faculdade da Criança: deputado Aglaílson Jr. solicita intervenção do Ministério Público


Deu no Diário Oficial de hoje (D.O.E., 04/06/2010).

Aglaílson Jr. (PSB) acusa inoperância do executivo municipal de Vitória de Santo Antão e responsabiliza as forças políticas ligadas ao parlamentar Henrique Queiroz Costa (PR) e ao prefeito Elias Alves de Lira (DEM) pelo descaso com a atual situação da Escola Municipal Faculdade da Criança.

Acompanhe o texto do Diário Oficial do Estado:

A intervenção do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE) no que se refere à falta de segurança na Escola Municipal Faculdade da Criança, em Vitória de Santo Antão, Zona da Mata Sul do Estado, foi solicitada, ontem, pelo deputado Aglaílson Júnior (PSB), que lamentou a depredação da unidade de ensino.

“A Escola Faculdade da Criança foi construída na gestão passada. O atual prefeito de Vitória de Santo Antão não oferece segurança à escola e, por conta disso, a instituição teve as esquadrias de alumínio, brinquedos e grades furtados, além de não contar com iluminação e apresentar instalações totalmente destruídas”, criticou.

O socialista acrescentou que a unidade foi construída com dinheiro do povo vitoriense, e, portanto, pertence à população. “Essa administração, em um ano e seis meses, ainda não disse a que veio”, lamentou.

Por sua vez, interlocutores próximos ao AMARELO - que não quiseram se identificar - disseram que tudo não passa de pirotecnia eleitoral do deputado VERMELHO.

O problema é que Aglaílson não tem dado brecha para desmentidos. Vive agora, a todo momento em seu canal de televisão, exibindo imagens que - definitivamente - endossam sua fala e não o deixam mentir.

Futebol, Política Etc. e Tal!


As pesquisas não são lá animadoras para Jarbas (PMDB), que concorre pela 4.a vez ao Palácio das Princesas. Contudo, na corrida pelo Governo de Pernambuco, o pré-candidato peemedebista parece encontrar entusiasmo na tietagem dos ufanistas e jovens torcedores do Sport, que agora, após a recente vitória sobre o Paraná, ensaia reviravolta.

Vasconcelos parece acreditar ser assim também na política. Eduardo não crê em coincidências e, por sua vez, prefere manter sua agenda... a despeito do último revés alvirrubro.

Dudu e Krause no Forró da AACD

Foto: Bernardo Soares, JC

O governador Eduardo Campos compareceu ao Forró Iluminado da AACD - que tem como um dos organizadores o 'vitoriense', vinculado ao partido de oposição Democratas, ex-governador Gustavo Krause.

Já havia assistido à entrevista de Krause no programa do Secretário da Cidade Sami Abou Hana; lá, promoveu a divulgação do evento beneficente. Roberta Jungmann, do Social 1, registrou o cumprimento de um grego a um troiano.

Tudo por uma boa causa!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Jogadores da Seleção dão uma de macho, mas assumem que não gostam da Jabulani


Esta é Charlize Theron, ex-modelo, produtora voluptuosa e famosa atriz do notório filme Advogado do diabo, também conhecida - na intimidade - por Senhorita Jabulani. Isto porque a loiraça da Terra de Mandela, desde muito cedo, se notabilizou por cultivar uma plantação de xibiu enorme na região da alface - com razoáveis quantidades de vitaminas e sais.

A patrocinadora e distribuidora francesa de materiais esportivos da Copa da África, a Adidas, aproveitando a deixa, resolveu então batizar a bola, a pelota... o balão de couro, que rolará em gramados sul-africanos, com a alcunha safada e comestível da hollywoodiana.

O guarda-redes brasileiro Júlio César, conhecido por comer pão com banha (basta lembrar dos tempos de Suzana Werner & Ronaldo), tentando aparecer às custas da pobre coitada, disse não ter gostado de suas curvas e estripulias. Mais tarde, no jogo contra o Zimbábue, até que tentou posar de macho, mas acabou entregando os pontos: simulou contusão nas costas só para não encarar a bichinha

Por que a ex-petista Soninha agora é Serra?

Soninha, quando posou para a Playboy

Sônia Francine Gaspar Marmo, 42 aninhos bem conservados, a Soninha Francine é jornalista, apresentadora de televisão, política brasileira e, principalmente, boooooa.

Comunicadora como ninguém, Soninha tornou-se nacionalmente conhecida como VJ da MTV Brasil, tendo sido posteriormente apresentadora de um programa para jovens na TV Cultura. Em 2004, disputou e venceu a eleição para vereador da cidade de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT), com um total de 50.989 votos.

Exerceu o seu mandato até 2008. Na Câmara Municipal de São Paulo, direcionou seu trabalho para a defesa dos direitos humanos dos GLBTs (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Travestis) e Jovens, além do fomento ao esporte e à cultura e da acessibilidade para deficientes físicos.

Em 2009 foi nomeada Subprefeita da Lapa pelo atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em decorrência do apoio oficial do PPS ao partido DEM, antigo PFL, no segundo turno da eleição municipal. Permaneceu no cargo até 31 de março de 2010 quando pediu exoneração para se candidatar ao Governo do Estado de São Paulo e apoiar o - agora - aliado tucano José Serra.

O baixista Leandro Dalle Vedove, intrigado com a trajetória controvertida da menina, questionou seu apoio ao ex-governador paulista para a Presidência. Soninha - menina equilibrada - retrucou. Acompanhe a resposta ligeira da incauta:

Leandro, posso explicar, sim. Talvez não em poucas palavras, mas em muitas informações sobre o que vi, vivi e aprendi nos últimos anos. Pra não deixar sem nenhuma resposta agora, posso resumir assim:

- Descobri que o meio em que eu vivia - de petistas - inventava muitas barbaridades sobre o Serra. Por que o Serra? Não sei, talvez porque ele tenha sido o candidato do governo à sucessão do Fernando Henrique, portanto rival direto do Lula na disputa presidencial... Porque os petistas já pintavam os tucanos como o fel da terra (e eu, mesmo quando era do PT, achava isso um pouco absurdo), e o Serra como o próprio Satanás.

Só que os fatos, mesmo vistos de longe, já desmentiam algumas coisas que diziam sobre ele: como ele podia ser "queridinho" da grande mídia quando comprava briga contra a publicidade de cigarro, por exemplo - que era uma baita fonte de receita para os meios de comunicação? E como ele era parte da elite imperialista internacional, quando foi à OMC e lutou contra os lobbys e cartéis da indústria farmacêutica, conseguindo as quebras de patente em nome da saúde pública dos países mais pobres?

Mesmo com esses fatos, eu acreditava nas versões do PT... Afinal, o PT era o meu partido, eu tendia a concordar com tudo... Pensava: "Ok, eles fez uma ou duas coisas importantes, corajosas, mas nem por isso é uma pessoa decente". O PT dizia que ele era covarde, porque tinha "fugido" da ditadura... Que era um manipulador ardiloso, porque "armou" um flagrante pra Roseana Sarney (se bem que eu já pensava naquela época: o marido da Roseana Sarney tem um milhão e meio de reais de origem desconhecida e a culpa é do Serra?).

Enfim, eu o detestava. Até ser vereadora e ele, prefeito. E descobrir que o demônio que pintavam não era nada daquilo. Mal humorado, impaciente, carrancudo, ríspido demais às vezes? Sim. Mau caráter? Não.

Em 2005, começo do meu mandato, o Serra me recebeu (a meu pedido), ouviu atentamente tudo o que eu disse e reconheceu que estava equivocado em algumas medidas que havia tomado como prefeito. Na manhã seguinte, desfez o que tinha feito. Depois, me procurou inúmeras vezes para perguntar de assuntos que acreditava que eu conhecesse melhor do que ele - políticas de juventude, meio ambiente, cultura. Cansei de vê-lo pedindo idéias, sugestões, opiniões. O contrário do que diziam dele...

Enquanto isso, o PT - que era o meu partido - continuava inventando, mentindo. Uma barbaridade. Analisava um projeto de lei enviado á Câmara pelo prefeito, concluía que o projeto era muito bom e... No plenário da Câmara, fazia DE TUDO para barrar o projeto. Saía do plenário para não dar quórum, subia na tribuna e passava meia hora falando horrores de um projeto que TINHA CONSIDERADO BOM - apenas para prejudicar "os tucanos" na eleição seguinte.

Mesmo assim, mesmo no meio da guerra mais suja - petistas espalhavam mentiras para assustar a população, uma coisa realmente horrorosa - se chegasse um Projeto de Lei de um vereador do PT e ele considerasse o projeto bom para a cidade, ele sancionava (isto é, aprovava). E se chegasse um Projeto de Lei de um vereador do PSDB e ele considerasse o projeto ruim para a cidade, ele vetava.

Aliás, nós ficamos amigos, e ele... vetou vários projetos meus. Ou seja, um comportamento REPUBLICANO, de respeito à Casa Legislativa e ao interesse coletivo. Mas o PT continuava espalhando que ele era autoritário, mentiroso, privatista, neoliberal... E que era repressor, "inimigo dos pobres", "amigo das elites", tudo de pior no mundo.

Mas o Serra ia fazendo coisas muito legais na cidade - criou a Coordenadoria da Diversidade Sexual, a Secretaria da Pessoa com Deficiência... O Centro de Juventude da Cachoeirinha, que é do cacete... Pegou um esqueleto que estava lá abandonado desde o Janio Quadros e fez um troço muito legal.

Terminou o primeiro trecho do maldito Fura-Fila do Pitta, que também estava abandonado. Voltou atrás na história dos CEUS - porque essa foi uma das coisas que eu consegui convencê-lo de que ele estava errado - e mandou fazer vários outros, mantendo o nome "CEU" (bandeira da Marta...). Idem com os Telecentros - que os petistas diziam que ele "destruir", transformar em Acessa São Paulo, que era bem diferente...

Criou a Virada Cultural. Fez os benditos hospitais de Cidade Tiradentes e do M'Boi Mirim - que o PT anunciava que a Marta tinha feito, quando na verdade ela não tinha começado nem a cavar o alicerce...

Sem falar que a Marta, que passou os 2 primeiros anos de seu governo sanando as contas da prefeitura detonadas pelo Pitta, passou os dois últimos anos destroçando as contas da prefeitura - e deixou dívidas absurdas, contratos temerários de 20 anos assinados "no apagar das luzes"...

O Serra deu muita força para a Secretaria do Meio Ambiente, que sempre era das mais pobrezinhas. E chamou para trabalhar com ele pessoas que tinham trabalhado com a Marta, sem a menor hesitação, sem rancor e ressentimento, porque considerava que elas eram competentes.

Enfim, eu VI, eu testemunhei, condutas absurdas do meu partido - e condutas admiráveis do Serra, que o meu partido pintava como o enviado do capeta.

Resultado: (lembre-se, este é um resumo, a história completa é uma enciclopédia) saí do PT, que foi se distanciando barbaramente dos ideais que pregava, adotando o "vale tudo" (pra governar, pra ser oposição), e fui para um partido de oposição. Que hoje apóia o Serra para presidente, assim como eu.

E eu nem falei do governo do estado... De mais uma seqüência enorme de mentiras e terrorismos, como de costume ("ele vai privatizar o metrô!"; "ele publicou decretos para acabar com a autonomia universitária!"), e, da parte dele, realizações admiráveis, mais ainda para quem ficou 3 anos e pouco no governo (e 1 ano e meio na prefeitura). Uma lista de pontos em que a atuação dele me agrada muito: trens metropolitanos, metrô, meio ambiente, cultura, pessoa com deficiência... E outros mais.

Se você odeia o Serra como eu odiava, eu sei que não vai mudar de idéia assim tão fácil. Não tenho essa pretensão. Mas gostaria que você acreditasse em mim: é com muita convicção que eu voto nele, baseada nos meus 6 anos de vida mergulhada integralmente na política.

Abração
Soninha

Hummm! Pensei cá com os meus botões e conclui que os argumentos da moça são contundentes. Só espero que os especialistas de plantão em bisbilhotar a opinião alheia inventem outra forma criativa de justificar o emprego e não saia publicando por aí que virei Serra. Babões!