sábado, 28 de novembro de 2009

Papai Noel à brasileira



Ricardo Stuckert é fotógrafo da Secretaria da Imprensa da Presidência da República. Aos seus olhos nada escapa. E este ano, precisamente no dia 07 de abril, o retratista oficial do Planalto clicou um átimo de alegria e descontração entre o governador do Distrito Federal - José Roberto Arruda (DEM) e Lula (PT). Foi na cerimônia de assinatura de instrumento de cooperação entre a União e o DF para uso, não sei para quê, do Palácio do Buriti.



À ocasião, até estranhei o motivo do enlace entre campos tão opostos. Entretanto, só hoje compreendo o porquê de tanto chamego. Na verdade, incomodado com a alcunha de cooptador-mor, mais popularmente conhecida como PAI DO MENSALÃO, Lula utilizou o instante mesmo foi para mostrar o caminho das pedras ao incipiente chefe distrital - que flagrado agora com a boca na botija recebendo maços de dinheiro público e distribuindo a deputados, integra o time de políticos corruptos e faz a sua própria réplica do esquema de Delúbio e Marcos Valério.



Escondido no Palácio de Águas Claras, o único governador pelo Democratas nega qualquer participação no esquema de pagamento ilegal à sua base aliada na Câmara Legislativa Distrital. Todavia, a Polícia Federal de Lula, em operação deflagrada ontem, delatou a maracutaia. Segundo consta no despacho, escarafunchado pela Folha, do ministro Fernando Gonçalves, que preside o inquérito no STJ, uma gravação mostraria Arruda oferecendo 400 mil pilas para a base aliada e assediando o seu próprio bolso com "alguns míseros trocados".


A fim de apagar o incêndio, o chefe do executivo candango demitiu o secretário extraordinário de Relações Institucionais, Durval Barbosa - o inconfidente responsável pela gravação do hipotético esquema de corrupção. Arruda também afastou dos cargos José Geraldo Maciel (chefe da Casa Civil), Fábio Simão (chefe de gabinete), José Luiz Vieira Valente (secretário da Educação) e Omézio Pontes (assessor de imprensa), todos acusados de afanar o erário.



Já a cúpula dos DEMOCRATAS (antigo PFL), na maior cara-de-pau, disse estranhar a "caboetagem" contra Arruda às vésperas de ano eleitoral. Por meio da assessoria, o desajeitado governador afirmou categórico que colaborará com a investigação, apesar de - segundo ele - as irregularidades terem começado na gestão (anterior) de Joaquim Roriz (à época no PMDB e hoje no PSC). Controverso, Arruda disse ainda que o dinheiro tinha uma finalidade apenas: a compra de panetone para ser entregue à população carente, no natal.



E o povo - coitado - ansiosamente ouve todos os anos - abestalhado e passível - a mesma e rotineira cantilena: Jingle bells, jingle bells, Jingle all the way... Oh, what fun it is to ride, In a one horse open sleigh, Ladies and gentlement, I give you the jingle bass. Enquanto Papai Noel - zombeteiro incorrigível, gaiato, crápula sem pingo algum de vergonha..., grelhando-se todo e mijando-se de rir - distribui amabilidades e afagos, dá abraços e beijinhos, alimenta cretinamente crenças e crendices, aparece todo feliz em fotografias, e por fim... ainda tira onda: Ho... Ho... Ho... Ho...!



2 comentários:

  1. Numa resumida suma, de seu magnum opus, "O ser e o nada", Jean Paul Sartre, escritor, crítico, filósofo conceituado, Francês, diz que "O homem está condenado à liberdade"...
    Ora, ele morreu em 1980, não acompanhou a gestão de Lula, ele certamente não conheceu muito de perto a política brasileira, preocupada com panetones, com concessões à familiares, com êxitos na Suiça, e até mesmo nas cuecas!
    Jean, diz ainda que, a existencia precede a essência, ou seja, o Homem primeiro existe depois se define, mas o que falar desses homens que só existem? e sem pensar num povo sofrido, que trabalha duro pra conseguir um mísero salário mínimo, que não supre necessidade alguma, não pensam nos hospitais sem condições nem para os médicos trabalharem, na segurança, que só existe hoje, estampada nas fardas de algumas empresas do ramo, o que pensar desses homens que se definem em dinheiro?
    R=
    Coma um panetone, pois será mais prazeroso que pensar nesses "homens" indefinidos, que definitivamente definem-se em corrupção!

    André, o vizinho fuleiro!

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  2. Isso e o que podemos chamar de espirito natalino!!!!

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