sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Este blog inaugura escritório em Dubai

Nosso correspondente diante do imponente prédio do
escritório da nossa redação em Dubai, nos Emirados



Geraldo Júnior é diretor administrativo da Adeccon – uma sigla que resume, em Pernambuco, a Associação de Defesa, da Cidadania e do Consumidor. Entretanto, antes de galgar tal posto, que o catapultou a palitar os dentes na paradisíaca Dubai, Júnior – como mais comumente o chamo – já tinha sido capaz, muito antes, de proezas que até Deus e Alá - juntos - duvidam.


Nos idos de 2000 e 2001, quando a cidade de Vitória de Santo Antão ainda não conhecia a mágica e o poder da internet, foi esse mancebo que – capitaneado pelo seu velho pai, o sr. Geraldo – fundou a Imprensa Link: 1º portal de notícias da Vitória e região.


Hoje, até me divirto quando lembro os momentos em que, perambulando feito papararazzi pelas ruas da cidade, considerava-me as pregas de Odete. Teve uma vez em que até pulei de ponte para fotografar caranguejo que morria à míngua no leito do Tapacurá.


Brincadeiras à parte, devo professar que a Imprensa Link - com todo o seu amadorismo, foi um ateliê em que burilei forma e estilo de linguagem. Essa escola – engenho e crença do jovem Geraldo Jr. – representou, para mim, um espaço nobre em que, com alegria e desprendimento, pude materializar o mais fabuloso dos artesanatos: a tessitura da palavra.


Tenho a mais lúcida convicção de que aqueles momentos não foram inúteis. Rememoro que, ao me deslocar todas as manhãs da Usina Massauassu – cheirando a suor e a entusiasmo – a felicidade sorria e eu atravessava portas. E o sonho quimérico de Geraldo Guerra Gonçalves Júnior deixava de ser, através de mim, uma simples aposta, para juntos, ganharmos o mundo!


Leiamos o que tem a dizer esse caviloso, direto das "Arábias":


Encantos e desencantos de Dubai


Estou nesse momento vivendo uma aventura que jamais pensei em viver na minha vida. Conhecer países asiáticos, uma parte muito rica do nosso planeta com povos, cultura, religião e tradições diversas. E não podia deixar de relatar o que estou vivendo.


Meu primeiro destino ao deixar o Brasil foi a cidade de Dubai, que é um dos sete emirados que compõem um país chamado Emirados Árabes Unidos. Eu não vou aqui nesse texto me apegar a mais informações de Dubai, mas sim, contar o que eu vi durante minha estada nessa rica, sofisticada e assustadora cidade.


Ao chegar a Dubai fiquei muito impressionado com a estrutura do lugar, onde tudo é majestoso e colossal. Nada foi feito para passar despercebido. É realmente incrível como tudo nos chama a atenção. E estou falando do que já está pronto, pois Dubai hoje é um canteiro de obras. São muitos os prédios que estão em construção.


Outra coisa que nos chama muito atenção são as várias etnias que habitam o local. Além de sua população, Dubai abriga pessoas de todo mundo. Conheci pessoas do Paquistão, Filipinas, Vietnã, Egito, China, entre outras. Essas pessoas não estão em Dubai a passeio. São trabalhadores. Pois é, não vi pessoas realizando trabalhos no comércio que fossem de Dubai, todos eram estrangeiros. E essa observação me fez lembrar das grandes cidades que abrigam estrangeiros que buscam uma vida melhor.


E também por esse motivo eu classifiquei Dubai como a nova capital das “oportunidades”.


As várias etnias que habitam a localidade também nos chamam a atenção pelos seus modos de vestir. As mulheres, sempre todos bem cobertas, inclusive algumas da cabeça aos pés, são misteriosas e bonitas. Eu mudei minha concepção de que essas mulheres não eram felizes por se vestirem de forma tão sérias ou escondidas. O fato é que mesmo cobertas elas nos chama a atenção, pois tudo é mistério. O olhar nessa parte do mundo é a forma de conquista, é como se não houvesse necessidade de mais nada, basta ver os olhos, ou não vê-los, pois há mulheres que nem os olhos mostram, para você se encantar.


Como o meu trabalho é focado nas questões sociais e de consumo, confesso que Dubai me encantou muito, mas não posso deixar de olhar com uma visão critica, pois para mim é algo realmente inevitável.


Não quero passar a impressão que o povo dessa região não tem direito de acesso ao que nós estamos acostumados. Longe de mim esse julgamento. Mas é impressionante a força como o capital está mudando essa parte do planeta. O que pude sentir é que em Dubai tudo é permitido para que ela possa continuar crescendo e se desenvolvendo.


Lá, primeiramente, os turistas não precisam se preocupar com nada, pois não terão dificuldades alguma de terem que mudar seus hábitos para não chocarem os hábitos locais. A única coisa que realmente não pude fazer de fato foi acessar ao Orkut.


Pelo o que pude ver, em Dubai as coisas estão mudando muito. Com os investimentos realizados no local, o seu povo também está mudando. Vi muitos jovens se vestindo de forma tradicional, mas também vi muitos já se vestindo como um norte-americano. E acredito que essa mudança não será um problema, pois as grandes grifes internacionais precisam vender seus produtos, mesmo que isso signifique mudar completamente os costumes locais.


Outro detalhe é o fato de que no futuro Dubai terá que se preocupar com a saúde dos seus habitantes, pois em alguns momentos pensei que estivesse num shopping do Brasil pela quantidade de fast food’s que vi, e todos lotados - não só de estrangeiros, mas também de moradores locais.


Outra coisa que notei é que em lugares públicos não é permitido - ou se é, eu não vi - o acesso a bebidas alcoólicas. Mas, como o hábito faz parte da vida dos turistas, nos bares dos hotéis o acesso é permitido. Todavia, eu não só vi os turistas bebendo, mas muitos moradores locais, vestidos conforme a tradição e religião local, mas também com os cigarros e bebidas na mão, como ditam as leis capitalistas.


Enfim, eu não quero com esse meu texto tirar o encanto de Dubai, não mesmo. Pois, trata-se de um destino muito bom para o turismo. Encontramos em Dubai praias maravilhosas, hotéis e shoppings lindos e luxuosos. E garanto, o lugar é realmente um excelente destino para todos que desejam conhecê-lo.


Mas não podia deixar de relatar que fiquei impressionado como o capital tem força. Não que eu já não soubesse. Mas eu, que nasci em um país capitalista e vivo lutando para não ser engolido pelos “encantos” do capital, conhecer e ver de perto mudanças tão radicais na vida de um povo que tem sua religião e suas tradições tão fortes se curvando diante do capital é, no mínimo, assustador.


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