Cover power de Cristo
Por onde passo deixo o meu rastro
e se piso a seco deixo-o
marcado na calçada viva do passado;
meu dístico é essa maldita sombra
que persegue cada letra inerte que realço
no exercício inócuo de minha persistência:
se improviso palavras,
indícios as copiam
com alienígena mimese
e traçam, e passam
vento, vulto, sombra, ela:
réstia, para me completar
no mudar que muda cada mudança minha
no sumir que some até o matinar
sombra falsa – essa, a do humano
que o nega até num eclipse solar
jamais porei a mão sobre os enfermos
não deixarei o cálice chegar,
nunca amarei uma mulher apenas,
não deixarei o judas me beijar
In: Resmungos
Poema de 1998
Poema de 1998
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