domingo, 31 de outubro de 2010

Por que a vitória de José Serra é a vitória do governador Eduardo Campos?


Bom dia a todos!

Bem, não sou cego, nem doido, estúpido ou abestalhado a ponto de não perceber que o Governo Lula fez muito pelo Brasil, especialmente pelo Nordeste. Contudo, em 1995, recordo-me, também, com muita clareza que foi FHC quem pegou esse transatlântico à deriva e deu a ele GPS, bússola para consolidar o rumo.

FHC fez as grandes reformas político-sociais desse país. Os dados compravam isso. Lula executou muitas delas, agora colhe os frutos. Seja Dilma ou Serra o próximo presidente, quem lá estiver terá maiores e melhores condições de ampliar ainda mais essa colheita. E, sinceramente, no macro, não vejo lá muita diferença entre ambos.

Entretanto, tenho cá comigo as minhas restrições: quando se fala em estado meritocrático, quando se compara currículos, quando se coteja as histórias... Serra apresenta-se diferenciado. Nesse ínterim, José Serra dispara campeão. Será, portanto, a meu ver, uma das maiores injustiças com o Brasil não tê-lo como nosso próximo presidente. Mas o que fazer?!

Caso se confirme a vitória da sr.ª Dilma Vana Rousseff, torcerei para que ela realize um bom governo. E creio que terá tudo nas mãos para concretizá-lo. Condições terá para isso: um congresso ajoelhado e, na retaguarda, o charme de um ex-presidente - com popularidade nas nuvens - distribuindo palpites.

Mas, tratando o tema sob a ótica da província, revelo aqui uma convicção. Paradoxalmente ao que se prega, um eventual Governo Serra seria o melhor para Pernambuco - que não tem apenas alguém jovem e carismático em seu comando. Mais que isso: possui, sobretudo, o presidente de um partido com aspirações nacionais, e que sai desse pleito fortalecido.

Qual é a leitura? Simples: o governador Eduardo Campos tem poder de barganha (estados estratégicos governados pelo PSB e capilaridade na Câmara e no Senado) e Serra deseja governar bem para acabar com essa ideia de jirico de que ele não governará olhando para os recantos mais pobres, tampouco para o Nordeste.

Caso Dilma vença, creio que o sonho de Eduardo, de no futuro lançar-se nacionalmente, inviabiliza-se. A começar por Pernambuco. Contra ambições notórias do PT de Humberto Costa ao Palácio do Campo das Princesas, em 2014, Dudu não encontrará em seu partido, o PSB, outro nome que se contraponha.

A presidenciável Dilma já deu a entender, caso vença (é bom que se diga), que não deseja ser reeleita.  Mas, nunca se sabe! Conhecem a história que diz que quando a mosca azul sobrevoa os ombros, entontea?! Pois é. Mas, mas, mas..., acreditemos! Confiemos em sua palavra de mulher presidenta, que por sinal, deve ser sagrada!

Acho pouco provável que o criador não se imponha diante de sua criatura. Então, na espreita, teremos novamente o espertíssimo Lula com aquele cinematográfico papo de retirante em pau-de-arara. Compondo a chapa de vice...? Bem, alguém duvida de que a vaga não permanecerá com o fisiologismo peemedebista? 

Voltemos para o pleito de agora! Dilma está comprometida em cumprir o trato com o PMDB oportunista. E caso tenha a pachorra de não ajudar os amigos - Sérgio Cabral, Renan Calheiros, Collor de Melo, Michel Temer, José Sarney e Jader Barbalho - verá sua maioria - artificial, diga-se de passagem - diluída. 

Está claro que o Partido dos Trabalhadores não pretende se contrapor à política velha e maniqueísta. É evidente a tática deplorável do bunker de José Dirceu, Dilma e Lula: exterminar adversários e cooptar aliados como quem compra o sexo das 'raparigas'. E Eduardo? Ah... o bonde já terá passado. Lamentavelmente Dudu terá perdido o time.

Caso Serra ganhe, não. Não mesmo! Como condição sine qua non para a governabilidade tucana, a jovem e promissora figura de Eduardo Henrique Accioly Campos ampliará o seu protagonismo e, juntamente com Aécio, tornar-se-á em opção política nacional para pleitos futuros. Approach e Pedigree não faltam a ambos.

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