Angenor de Oliveira, o Cartola, estava certo. O mundo é de fato um moinho. O ser humano é muito dinâmico e obedece à Lei da Relatividade. É um ser circunstancial e aprisionado a conveniências. Não adianta fugir a isso. Para o homem o que importa mesmo é o status quo que lhe compraz. Tente contraditá-lo e o verá despido, sem máscaras: seu caráter.
Cartola, com sua simplicidade, achava essa descoberta o maior barato. A canção feita para a filha – mulher de vida “fácil” – era um conselho que até hoje ecoa com atualidade para aqueles que se prestam a negociar no mercado espúrio do conchavo e da banalização em que se tornou as relações humanas: não há verdade e não há afeto, há interesses que desejam não ser contrariados.
No entanto, creio ainda na utopia de ver as voltas desse engenho debelando essa inversão fragorosa de valores.
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