terça-feira, 10 de março de 2009

Cartão-Postal nº 3: Macacos me mordam! Outro poste? Não acredito!


Fotos: Marcelo De Marco

O poeta municipal
discute com o poeta estadual
qual deles é capaz de bater o poeta federal.

Enquanto isso o poeta federal
tira ouro do nariz.

Este poema – Política Literária – de Carlos Drummond de Andrade foi oferecido ao poeta pernambucano Manuel Bandeira. Tem a ver com poética, com constituição literária, com vaidades e gênios. Entretanto, se a mim fosse dada a liberdade de substituir a palavra “poeta”, poria “político”. Porque da mesmíssima forma, político enviesa, esfarrapa, cantarola, desconversa.

Para fugir à responsabilidade, políticos provincianos dão aos problemas status Federal. Porque sabe que, mais distantes, a cúpula do Planalto não tem como conhecer todos os brasis. É preciso, muitas vezes, que a grande imprensa descortine, aponte e denuncie improbidades administrativas. O município de Manari (PE) é um exemplo recente.

Reconheço, então, que sou uma voz rouca a vagar no deserto. E embora tendo algo a dizer, disponho de poucos interlocutores. Nossas principais forças políticas – objetivamente, aqui em Vitória – sofrem de patologia grave: semianalfabrutismo metastático. Pior, elas nem sabem, e ainda que soubessem interpretariam a enfermidade como elogio numa vida cega, que ainda assim, segue.

Mesmo assim, cometo a audácia de pregar para poucos, desejando que esses poucos multipliquem, reforcem e aperfeiçoem uma ideia aqui dita e lançada. Posiciono-me sempre que vejo um absurdo ou arbitrariedade sendo cometidos em minha cidade. Não ligo para os muxoxos, para as apatias – tampouco para a crítica imbecilizada que tenta desqualificar minhas credenciais de cidadão irrequieto.

Não faz muito tempo, delatei – aqui – um poste plantando no meio da rua a atrapalhar o trânsito da Travessa 1º Maio. Até brinquei, parafraseando um texto do poeta de Itabira. Mas não teve jeito. Nossas “representações” políticas embeveceram-se à luz da ribalta e, tapadas, ignoram as soluções para os problemas mais simples da nossa tão complicada cidade.

Os loteamentos José de Lemos e Colinas Canadá têm sido, realmente, um prato variado e cheio – capaz de causar indigestão. Existe lá, no meio de uma das vias, um monumento construído em ferro e concreto armado – descaradamente, um outro poste – onde a diversão (às escuras, porque não há iluminação) é garantida. De sua casa na paralela Rua da Concentração, Jaqueline Santos, 19, presencia assaltos, e queixa-se.

José Quirino e a esposa, Dona Mª José – rezingam, lamentam e não se conformam com a conta de energia na mão que cobra taxa de iluminação pública. Coincidentemente, no momento em que os fotografo, o carro da concessionária de energia elétrica passeia pelo bairro munido de escadas e alicates, caçando “macacos” e “gatos” só para proteger o seu patrimônio. Enquanto isso, o mais sublime dos patrimônios: a honra e a dignidade do cidadão comum são “objetos” dilapidados.

3 comentários:

  1. o poste não tem iluminação, só serve para atrapalhar e ainda tem a cobrança da taxa de iluminação pública , pensam que o povo é asno.

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  2. É absurdo ter um poste no meio da rua, que nem tem iluminação e ainda cobrarem taxa de iluminação!

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  3. As imagens monstram postes a léguas de destância da calçada, servindo de barrinha de praia para os alunos do projeção,para mostra suas taticas futibolÍsticas.SERÁ TERÁ OUTRAS UTILIDADES?

    (Erivaldo e Edvaldo)
    PROJEÇÂO

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