quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Na região serrana fluminense, Dilma coloca o pé na lama à procura de culpados


Se tivéssemos governantes probos e previdentes não estaríamos hoje chocados e chorosos diante da TV. Acho, inclusive, que essa tragédia no Rio deveria fazer-nos refletir sobre nossas escolhas. Mas é tudo uma questão de educação... é tudo uma questão de tempo.

O governo da presidenta Dilma não pode ser responsabilizado pelos, até agora, mais de 500 óbitos. Mas confesso que esperava dela algo que fosse além do simples recrutamento de culpados para justificar essa história terrível.

No discurso de posse, nossa presidenta disse estender as mãos aos seus opositores, mas continua a reproduzir - ainda que de modo sutil - seu viés reacionário dos áureos tempos de boneca de ventrículo de seu padrinho Lula.

Esperava ela dizer, do alto da liturgia do cargo, que a catástrofe na região serrana fluminense era um problema de todos, e não apenas dos que se mantiveram em uma trincheira ideologicamente oposta.

Como é difícil a conclusão de que o sofrimento causado pelas chuvas é consequência, em grande parte, da ineficácia do poder público - com suas vaidades e falcatruas. Hoje foi no Rio, ontem foi no Morro do Bumba, anteotem nos municípios pernambucanos de Barreiros e Palmares.

Ninguém é punido. A autoridade pública de plantão - consternada, como de praxe - repete uma lamúria que, assim como os problemas, é da época do Império. E se indigna. Se enfurece. Dá chilique. São tão verossímeis que a gente acaba acreditando.

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