Foto: Marcelo De MarcoDrummond é daqueles poetas de cabeceira, de poesia aguda, cuja contemplação fabrica retinas de insônia. No entanto, por não ser eu de ferro, vez ou outra adormeço, cochilo nas curvas de seu texto, descarrilo e provoco acidentes. Aí, junto os pedaços, livro o flagrante e cometo o crime de começar tudo de novo.
É tão boa a sensação que provoca a releitura. É como se dissesse: – Acorda rapaz! Recomeça! E nos pomos a esgotar o inesgotável. Leitor passa a ser autor, transforma-se poeta. Adota o alheio sem pedir licença. Aquelas palavras agora também são suas.
E é o máximo!
Quase sempre leio Infância, revisito sem cerimônias; e mal acostumado, tomo o café preto da preta velha, café gostoso, café bom. O cheiro de torrado é sinestésico. Aproveito então para matar a saudade de minha avó à beira do fogão à lenha – uma maestrina regendo o seu tacho.
Poesia é isso!
O mineiro de Itabira também era homem de sete faces, de piadas, sujeito zombeteiro, gozador. Sua poética gauche inspira e nos comove como o diabo! Outro dia, vi uma cena – que só a minha cidade permite apreciar – e lembrei-me da bendita pedra de Drummond. Parafraseei, então:
No meio da Travessa 1º de Maio
No meio da Travessa 1º de Maio tem um poste
tem um poste no meio da Travessa 1º de Maio
tem um poste
no meio da Travessa 1º de Maio tem um poste
Farei tudo para esquecer esse acontecimento
inclusive, não contar mais piada de português.
Tudo para esquecer que no meio da Travessa 1º de Maio
tem um poste
tem um poste no meio da Travessa 1º de Maio
no meio da Travessa 1º de Maio tem um poste.
Serviço de utilidade pública: o poste está plantado na Travessa 1º de Maio, Alto José Leal, Vitória de Santo Antão. Venham e comprovem!
Não sei que milagre você não ter vislumbrado um cachorro. Alegria de poste é estar num mato sem cachorro.
ResponderExcluirKkkkkkkkkkkkk isso é VITÓRIA DE SANTO ANTÃO! Como muitos comentam, há coisas que só em VITÓRIAS tem! Como esse exemplo de escultura comunitária, feito também fizeram o belo projeto de paisagismo na praça da matriz, colocando dois poste em metal no meio da rua!
ResponderExcluirSO EM VITÒRIA ACONTECE ISTO UM POSTE NO MEIO DA RUA.
ResponderExcluirRINALDA.
professor eu achei essa postagem super interessante!!!
ResponderExcluiré muito importante que haja mais escolas para as crianças estudarem!!!
Agora as crianças já estão com a faca e o queijo na mão agora basta querer!!!
obrigado, Mariana Farias 6ª A
Oi professor, é Leticia do GGE de Jequitinhonha, da 6 série B. Gostei muito dessa poesia de Drummond.
ResponderExcluirSó tenho uma pergunta: por que ele fala sobre um poste na Travessa #1 de Maio?
Me responda quando puder.
Um abraço!
Leticia
Letícia, obrigado pela participação.
ResponderExcluirNa verdade, este não é o famoso poema de Carlos Drummond - No meio do caminho. É sim, uma paráfrase feita por mim para - de modo jocoso - retratar o fato hilário de termos um poste plantado no meio de uma rua na cidade de Vitória de Santo Antão. Sugiro que conheça o texto original do poeta mineiro.
Grande beijo, forte abraço!
Adorei a brincadeira com as palavras se Drummond estiver vendo deve estar dando gaitadas,kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!Poste um poema dele e comente, pode ser "América" ou "Cidadezinha qualquer"...bjs para ti e Rúbia, abraço na filhota.
ResponderExcluirMarcelo, adorei o seu convite e aproveito para lhe parabenizar pelo blog. Está ótimo.
ResponderExcluirMas este poste, por acaso, não é aquele que fica na subida da rua lateral do ex-prefeito, à esquerda do loteamento São Luiz Gonzaga?
Se for, ele já tem mais de um ano de existência, verdadeira obra de engenharia moderna deixada pelo governo anterior. Pela lebrança, pedirei providências urgentes a Sec de Obras, exigindo da CELPE a sua devida localização.
Caro Elias, tenho informação de que há esse poste, também, atrapalhando a passagem de veículos no Loteamento Luíz Gonzaga.
ResponderExcluirMas, na verdade, este já outro. Fica na subida do Alto José Leal (aquela rua mais estreita).
Grande abraço e obrigado pela interlocução!
Professor, adorei esta poesia que você passou para nós (Infância)
ResponderExcluirDe sua aluna do GGE, Victória Lopes.