sábado, 24 de setembro de 2011

Água-viva

                                             por Marcelo De Marco

Por enquanto, não sou de nada.
- Mas me provoca!

Inventa qualquer coisa no cume desta montanha russa

Faz carrossel nesta torre confusa da fortaleza de Sebastopol


Brinca em tua tirolesa
                                        escorrega
                                                            atira-te
balança:
                 vem
          iav

Inebria-te com a saliva na língua
pêra, uva, maçã, salada ígnea... croissant

Tenta, assanha, inflama
o rubro pólo dessa pilha de nervos
e aí, então, em segredo
deixa-me o cetro apontar
para fazer-te rainha pelas paredes
no zunzum dos nossos dominós
que, de tão encaixados
se pareçam com abelhas fabricando mel na azeitona.

In: Poesia play
poema de 1998

Nenhum comentário:

Postar um comentário