domingo, 6 de fevereiro de 2011

Psicose - de Alfred Hitchcock, e os vultos do Congresso... olha a faca!!!


Em novembro do ano passado, a imprensa noticiou episódio dantesco, terrível e raro. E foi com dona Maria Liduína de Freitas da Silva, 52 anos, que desembainhou uma faca de 12 polegadas para imolar o filho, Clebson Freitas Pereira, de 30 anos - que sem forças, sangrou até a morte. 

Ao delegado de plantão - na Ilha de Itamaracá, Liduína disse que os golpes da faca-peixeira foram desferidos por puro engano. Consta nos autos que a velha - deficiente auditiva e visual - estava dormindo com o neto, quando percebeu um vulto. 

Era Clebson que chegou bebinho e teria arrombado a porta da casa para entrar. Com medo de ser um assaltante, ela levantou, pegou uma faca que parecia mais uma espada e invocou os poderes de Greiscow, dizendo: eu sou Shirra. Só deu o bebum na cabeça!

Quando teve a certeza de que havia imobilizado o meliante, correu para ascender o candeeiro. Só aí é que viu o tamanho do estrago: o corpo do filho - esquartejado! Desesperada, como num quebra-cabeça, juntou o judas de pano e tocou para uma emergência. 

Liduína correu para o Hospital Miguel Arraes com a nora. Queria por que queria que os médicos remendassem o filho. Mas não havia mais jeito que desse jeito. A pobre mãe - assassina, ao mesmo tempo que vítima da chamada Legítima Defesa Putativa, deve responder por homicídio culposo.

Mas há quem critique a tipificação do crime. Dizem que o delegado que enquadrou a acusada é jejuno em direito - ou seja, um iniciante. pois, para que um crime seja culposo é preciso pelo menos um dos seguintes prerrequisitos: negligência, imprudência ou imperícia.

Ôhhhh... mas alguém tem dúvida de que dona Liduína queria matar? Qualquer pessoa - minimamente inteligente - sabe que nem o açougueiro do goleiro Bruno, que desossou a Eliza Samúdio, é tão bom na faca quanto essa senhora de visão comprometida.

Eu é que não queria ter uma mãe dessa! Ela, desde o início da ação, sabia se tratar de um ser humano. Pois é... ocorreu o que os especialistas chamam de 'Aberratio Ictus', que é o erro de pessoa, isto é, se quer matar uma pessoa, mas se mata outra.

Hummmm! Só depois de 40 facadas é que ela descobriu que se tratava do filho?! - que, diga-se de passagem, morreu bêbado, morreu feliz! A título de informação, vale dizer aqui que o coitado mortal não derramou uma só gota de cachaça!

Quanto ao destino de dona Maria Liduína... confabulam (os articulistas do Direito) que não vai dar em nada. Acham apenas que sua branda pena será convertida em  suaves prestações de comunitário serviço. E, de modo compulsório, ela talvez vá à Brasília conferir de perto por que há tanto vulto no Congresso!

Olha a faca!!!

3 comentários:

  1. Oi, Marcelo!
    Vi seu poema no Blog Os Confundidos, fiquei curiosa e vim ver seu blog.
    Parabéns! bem interessante a forma que vc aborda as matérias!

    Seguindo...

    ResponderExcluir
  2. Olá Marcelo! tudo bem? Estou passando para deixar um "alô" e parabenizá-lo pelo seu ímpeto e atenciosidade em tudo que vc faz. Como diz Cora Coralina "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina". Concordo perfeitamente com ela, pois a vida é um eterno aprendizado - recebemos e transferimos conehceimentos todos os dias.
    Um abraço. 06-02-11

    ResponderExcluir
  3. Quero agradecer a colega professora Acsa, pelo carinho. Querida, é com profissionais dedicados como você, que nós do Travessia contamos! Obrigado pelo apoio e pela verdade que você emprega em seu trabalho.

    Grande e forte abraço!

    ResponderExcluir