Dia desses alguém me interpelou em um dos corredores da escola, dizendo-se estar em estado de choque com as apresentações do SARAU DE CHICO, o nosso SARAU DA EREM BEZERROS.
Ao contrário do que se pudesse supor, eu fiquei feliz com aquilo. Ri por dentro um riso minúsculo e contido e cheguei à conclusão de que o SARAU DE CHICO cumpriu o seu propósito: CAUSAR ESTRANHAMENTO.
O projeto que fundamenta suas bases na TEORIA DA RECEPÇÃO de Wolfgang Iser e Hans Robert Jauss, tem como finalidade - mesmo - analisar, auscultar e perceber como se comportam leitores diante de textos que fogem ao lugar comum.
E só acordando o preconceito encrustado em nossos gestos previsíveis, é que daremos um passo à frente no combate à discriminação silenciosa, ao 'bullying' velado, a 'panelinha' que determina o que é CERTO e o que é ERRADO.
Odeio essas CERTEZAS. Gosto mesmo é da DÚVIDA que inquieta e nos leva a REFLETIR, empurra-nos para CONHECER o que lá longe se difusa, se espalha, se mistura - e que a miopia dos falsos moralistas não consegue discernir.
O SARAU DE CHICO é isso. É esse fato pretensioso, que estudantes de uma escola pública - irmanados num só propósito - o de encaminhar-nos para refletir sobre IGUALDADE, JUSTIÇA, DEMOCRACIA, DIREITO (palavras afáveis, mas tão incomuns - na prática).
Em GENI E O ZEPELIM, o SARAU DE CHICO - a despeito de toda a teoria, apesar de todo o blablablá escorreito do ISER e do JAUSS - quer mesmo é viver com cada leitor, cada interlocutor, cada espectador, cada plateia... a sensação de RESPEITAR e de ser RESPEITADO.
Porque em algum momento na vida fomos, e se não fomos... seremos a tal GENI. Ainda que estejamos hoje assumindo o papel vil e grotesco do COMANDANTE ou da CIDADE APAVORADA. 'C'est la vie!'
Todos de PARABÉNS!
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