sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Bodas de quê, mesmo?

Para comemorar 7 anos, republique-se:

Psius de pássaro


No jardim pássaros se brindam como cálices
e por enquanto é só.


O que vejo não posso dizer agora.


Sei que a poesia se dissipa como pólen
jogando folhas outonais por toda casa
a ventiladores de plantão girando
como sopro nos ciscos dos olhos
que, cheios de lágrimas se derramam em fios
arredondados de alegria,
tal como bolas de aniversário:
vivas e suspensas,
aos constantes COLAPSOS no ar.
De vez em quando uma estoooura
meu deus, e me assusta!


Então eu pulo do sono e rasgo um soneto
que híbrido de cumplicidade e paixão
faz-se num poema ígneo


entre chamas calmas desenho um interpoema azul:
uma lareira na sala-de-estar do céu.
Em sapatos vermelhos vejo pés descalços:
virgens e intatos,
findos e aptos para serem servidos
no entrelaçar da cama.


Eis à mesa, pronto, perfume comestível
no ponto para ser devorado
com aroma da flor-de-lis, flor da pele... flor do láscio
dançando ao ritmo e compasso da dança feminina
que a abrupta dançarina pula em acrobatas passos
fazendo um verso cândido e plástico à fragrância da cecita
e quem ver não acredita...
... o concupiscente e sensual encaixe
de câncer e capricórnio num-só-louco-afeto-selvagem
aos beijos grandiloucamente etéreos
formando entre místicos signos
o irrefutável e mais recente zodíaco de mistério
no ponto máximo do que não pode ser revelado.


Contudo...,


ao lerem os corpos juntos e cruzados
do casal que sobrevoa lascivo à cromatina
ciganos enigmaticamente deslumbrados imaginam
psius-de-amor, íris atentas, sexo intenso: poema perfumado!


In: Psius de pássaro

poema de 2001


5 comentários:

  1. Bodas de quê? Não sei exatamente, mas sei que são sete anos de muita luta juntos, com altos e baixos, muitas conquistas e algumas derrotas, mas juntos sempre.
    "Sei que a poesia se dissipa como pólen..." fecundando num momento mágico e, sem explicação ," os olhos cheios de lágrimas se derramam em fios
    arredondados de alegria." Nasce Maria Vitória, que chega como poesia,"
    jogando folhas outonais por toda casa"." No perfeito
    encaixe
    de câncer e capricórnio", trazendo mais e mais alegri a cada dia que passa a nossas vidas.Te amo muito!

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  2. Ahh..bodas de q? Quer q eu diga!?
    Bodas de paciência de Rúbia te aguentar esse tempo todo! AHHAHAHAHAHAAHAHAHAH

    é não!(Brincadeira) mt lindo msm!!
    Que Deus abencõe cada vez mais a vida de vcs!O pior q eu gosto de tu Marcelo, msm tu me aperriando e dizendo q rasguei teu sofá com um...

    Mt Romântico vc viu!!A pessoa ser casada com um homem q eh prof de português é outra coisa né Rúbia!? Q coisa tão xique!
    é pra ser sempre assim! cuide da minha prima direitinho q ela merece :)

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  3. adoro essa poesia,é doce e suave,parabéns amigo pela poesia e pela família linda.Um bjo em Rúbia e na filhota de nome lindíssmo.O amor é o antídoto dos sábios aos corrosivos dias comuns.Maria Leite

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  4. O poema é lindo mesmo, uma íntima descrição literária , sua esposa mesmo que não soubesse que foi feito pra ela , em ler se indentificaria o que suponho mesmo sem conhecê-la.

    "Em sapatos vermelhos vejo pés descalços:
    virgens e intatos,
    findos e aptos para serem servidos
    no entrelaçar da cama..."

    essa foi a parte que mais chamou minha atenção.

    parabéns , gostei mesmo.

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  5. Muito difícil hoje em dia encontrarmos homens com todo esse romantismo....
    Poema lindo Marcelo...e muito ROMÁNTICO !!!
    Tá de Parabéns!!!

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