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A autoria do título desta postagem é de Cristóvam Buarque, que de seu Twitter está sempre trazendo à baila a realidade da educação no Brasil. O senador não se refere aos centros de excelência, como o Colégio de Aplicação, o Colégio Militar, tampouco às poucas "ilhas" espalhadas nesse nosso país-continente. Buarque - com o seu olhar agudo - o que enxerga mesmo é a gravidade do analfabetismo que acomete periferias e grotões.
Escolas sem estrutura (faltam: bibliotecas, quadras esportivas, televisores, computadores conectados à internet etc.) professores mal treinados, mal remunerados, mal amados, doentes... são alguns dos fatores que parecem contribuir para a falência múltipla de um modelo educacional que, todos os anos, desemboca jovens intelectualmente desarranjados, tal como esgoto em manilhas.
Para se ter ideia da "evolução" da educação, no emergente tupiniquim, faz-se necessário observar texto anônimo, que circula em e-mails, e que apresenta bem a fotografia da nossa escola pública. É que, e não faz muito tempo, cobrava-se tabuada, pedia-se redação; havia aulas de Educação Física; cantava-se o Hino Nacional, hasteando - inclusive - a Bandeira antes de dar início às aulas.
Passados os anos, é possível perceber o quanto a educação dada a nós, e agora oferecida a nossos filhos, mudou. Acompanhe, então, o relato de uma professora da - hoje - já não mais temida Matemática. Divirta-se com o texto que narra, com fidelidade, o modo como é ensinado em nossas salas de aula os conceitos de grandes matemáticos gregos como Tales, Pitágoras, Euclides, Apolônio, Arquimedes.
"Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 0,80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
Tentei explicar que ela tinha que me dar R$ 5,00 de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela, aparentemente, continuava sem entender.
Por que estou contando isso?
Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:
1º Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?
2º Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro?
3º Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Qual é o lucro?
4º Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00
5º Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO
6º Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00
7º Em 2010 será assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. (Baseado no sistema de cotas, se você é afro-descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder)
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00"